quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Alguns aspectos da aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual

Alguns aspectos da forma com se processa a aprendizagem do aluno com deficiência intelectual

Ao trabalharmos com alunos que possuem deficiência intelectual precisamos nos desapegar de alguns preconceitos:
- Este aluno não interfere no nível de aprendizagem da turma,
- Alunos de idades iguais não aprendem de maneira igual,
- Não estar preparada para este desafio,
- Estes alunos não desenvolvem as mesmas atividades que os demais.
E para quebrar com estes paradigmas precisamos:
- Rever conceitos,
- Reavaliar nossa prática,
- Reconsiderar a diferença como um valor humano e não como um pretexto.
Os alunos com deficiência intelectual passam pelo mesmo processo de desenvolvimento da aprendizagem, porém seu ritmo difere dos demais.
É fundamental descobrir suas potencialidades e reconhecer a importância de sua deficiência.
A qualidade da intervenção pedagógica e a maneira que ele se relaciona socialmente, influenciarão significativamente sobre suas aprendizagens.
Aproximar-se do sujeito e saber o que ele sabe, o que ele pensa, provocando a fala do seu pensamento e permitindo a escuta deste pensamento.
É preciso estar atentos à forma como o aluno elabora suas aprendizagens, quais os sentidos que mais favorecem a construção do conhecimento.
Avaliar suas aprendizagens e observar seu comportamento emocional e social também são aspectos importantes deste processo, bem como sua capacidade de comunicação.
Às vezes há neste processo um falso equilíbrio da fixação da aprendizagem tratando do assunto como se fosse a primeira vez.
Bem como uma dificuldade de abstração e reflexão do pensamento, precisando do contexto para auxiliar na compreensão. Partir do concreto para ilustrar o que está querendo se dizer.

“Alunos com deficiência intelectual apresentam um modo particular de resolução de problemas, caracterizado pela extroversão da atenção.
Recorrem mais aos recursos externos do que aos seus próprios. “ (Zigler et al 2002)

Fatores emocionais influenciam na maneira como o indivíduo opera seus mecanismos de aprendizagem.  As relações sociais, a experiência do fracasso, auto-estima, a necessidade do outro.
Alguns alunos apresentam muita dificuldade em manter o foco na atividade que está sendo desenvolvida.
A memória de curto prazo pode apresentar-se frágil e a codificação também pode não se apresentar espontânea.
Principalmente para estes alunos o professor representa importância fundamental para desencadear o processo de aprendizagem.
O aluno precisa de uma explicação detalhada da tarefa a ser desenvolvida. Também precisam ser provocados a fazer escolhas, entre duas ou mais alternativas, bem como abrir situações de investigação.
Não podemos nos deixar levar pela pretensão de limitar a aprendizagem dos nossos alunos com deficiência intelectual.
Isso não significa negar a deficiência, mas deslocar o foco da intervenção.
É extremamente importante não esquecermos que a deficiência não invalida o sujeito, não é fator determinante de fracasso escolar ou bloqueador de aprendizagem. Toda pessoa pode aprender, independente da gravidade de seu déficit.
Nosso aluno tem uma identidade singular, uma dificuldade em construir conhecimento e manifestá-lo, por questões estruturais.
Precisamos ver uma pessoa neste aluno e não infantilizá-lo, bem como estimular autonomia.

Referências:
BRASIL, MEC/SMED POA. EDUCAÇÃO INCLUSIVA, diferentes significados/ (org) Salete de Campos Moraes. 1.ed. - Porto Alegre : Evangraf


Profa Dra. Adriana Limaverde Universidade Federal do Ceará adrianalimaverde@ufc.br


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